segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

"FREI LUÍS DE SOUSA" DE ALMEIDA GARRETT

Clica neste link e verifica os teus conhecimentos sobre a obra!

http://www.anossaescola.com/idanha/ficheiros/recursos/hot%20pot%20frei%20luis%20sousa.htm

Final a nível de escola do Concurso de Leitura


Concurso nacional de leitura

Podem não ser génios mas são geniais!

            No dia 13 de janeiro de 2012, realizou-se a final do Concurso de Leitura, 1ª fase, a nível de escola, na biblioteca da Escola Secundária do Fundão. Os alunos vencedores irão à 2ª fase representar a escola a nível distrital, no 3º Ciclo: Jéssica Almeida do 7º B, Simão Brito do 8ºA e Catarina Carvalho do 9º B; e no Secundário: Vanessa Santos do 11º CT2, Marisa de Jesus do 10ºLH e Mariana Pereira do 11º CT2.

            Estimular o gosto e a prática da leitura entre os alunos; incentivar o contacto com os livros e respetivos autores; avaliar a leitura de obras literárias pelos estudantes do 3º ciclo e ensino secundário, podemos dizer que estes são os principais objetivos do Concurso Nacional de leitura que, tal como sucedeu em anos anteriores, o departamento de línguas decidiu dinamizar. Esta atividade surge no âmbito do Plano Nacional de Leitura, tendo em conta a necessidade de promover a leitura nas escolas de uma forma lúdica, em articulação com a RTP, com a DGLB /Direção-Geral do Livro e das Bibliotecas e com a rede das bibliotecas escolares.
            O Concurso Nacional de Leitura decorre em três fases diferentes: a 1ª Fase, a realizar nas escolas; a 2ª Fase, da responsabilidade das Bibliotecas Municipais designadas pela DGLB; e a 3ª Fase, correspondente à Final Nacional.
            Na nossa escola, os objetivos desta atividade foram mais longe, alargando-os à comunidade educativa, envolvendo os encarregados de educação, proporcionando, assim, uma noite agradável e divertida para todos os presentes. Porque ler é também partilhar a leitura!
            A primeira fase a nível de escola dividiu-se em duas partes. Na primeira parte, que decorreu dia 13 de dezembro, participaram 65 alunos que responderam por escrito a um questionário sobre as obras propostas: os alunos do 3º ciclo tiveram o privilégio de ler “A galinha” de Vergílio Ferreira e “O menino que fazia versos” de Mia Couto. Já os alunos do secundário deliciaram-se com os magníficos contos de David Mourão-Ferreira e Anton Tchekhov respectivamente “O viúvo” e “Katchanca”. Apesar dos bons resultados obtidos no geral, apenas ficaram aprovados seis alunos de cada ciclo. Do terceiro ciclo passaram à segunda parte da primeira fase: Jéssica Almeida (7ºA), Inês Lopes, João Silva e Simão Brito da turma 8ºA, João Barata (8ºB) e Catarina Carvalho (9ºB). Do secundário ficaram apurados os alunos: Sandra Brás (12ºLH2), quatro alunos da turma 11ºCT2: Luís Vitor da Silva, Mariana Pereira, Pedro Cerdeira, Vanessa Santos e uma aluna da turma 10ºLH, Marisa de Jesus.

            Graças a estes alunos, aos pais e aos professores presentes, passámos na Biblioteca da nossa escola um agradável serão de sexta- feira 13 de janeiro. Estes alunos tiveram que realizar cinco provas: legendar uma imagem; ler expressivamente, responder a um questionário sobre as  leituras efetuadas para esta segunda parte, nomeadamente   Crónica de uma morte anunciada de Gabriel Garcia Márquez e Lobos do Mar de Rudyard Kipling , nesta prova os alunos tiveram oportunidade de mostrar o quão bem e atentamente leram as obras, pois o resultado revelou-se muito positivo.  Ainda puderam mostrar a sua criatividade e imaginação, tal como o nome indica, prova de Escrita Criativa, escrevendo uma frase a partir de uma palavra dada, dispondo apenas de 1 minuto. Foi uma prova surpreendente que aqueceu o coração, com risos e entusiasmo, de quem estava presente. No final, cada aluno teve oportunidade de argumentar a favor de um dos livros que leu, selecionado por sorteio, e atrevo-me a falar em nome de todos, dizendo que a vontade de fazer aquelas leituras não nos passou ao lado. Todos os alunos receberam um livro, para continuarem a investir na leitura.

            Para terminar, não posso deixar de congratular todos os alunos, que tanto se empenharam, os pais e amigos que fizeram parte da plateia, os professores presentes e que motivaram os alunos a participar neste concurso de leitura, agradecer ao júri , composto pela coordenadora de projetos, Maria João Baptista, pela coordenadora do departamento de línguas, Manuela Miranda, pelo professor bibliotecário, José Pina, a presidente da Associação de Pais, D. Alexandra , e ainda a presidente da Associação de Estudantes, Ana Jorge. Também quero salientar o trabalho dos responsáveis por esta iniciativa: as professoras Manuela Miranda,  Maria de Jesus Lopes, Regina Costa e  Sandra Jordão ( professora estagiária) e ainda salientar o apoio do professor bibliotecário José Pina.

            Espera-se que estas atividades continuem a fazer sorrir alunos, professores e toda a comunidade educativa, porque o papel da escola não passa só por ensinar o que está nos livros, mas ensinar a partilhar, a ser e a interagir!

Sandra de Almeida Jordão



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

6ª EDIÇÃO DO CONCURSO NACIONAL DE LEITURA

Se gostas de ler, este concurso é para ti!
PARTICIPA!
(Para todos os alunos do 3º ciclo e secundário)

1ª fase - a nível de escola ( 1ª eliminatória) - 13 de dezembro.

- Leituras para
3º Ciclo:
" A Galinha" de Vergílio Ferreira
 "O Menino que escrevia versos", de Mia Couto
-Leituras para  Secundário
" Kachtanka", in  Contos, volume 1,de Anton Tchékhov
"O viúvo", in Os Amantes e outros Contos, David Mourão-Ferreira

"Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro."
(Henry David Thoreau)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

JOGO - Padre António Vieira



Clica no link
Através de um clique terás acesso a um jogo cultural sobre Padre António Vieira.
Experimenta e testa os teus conhecimentos!

Correção respostas Padre António Vieira

1- cultural, social, forma, admiração, igrejas, prosa, sermões
2- corretas: AD,E,F,I,J
4- VERDADEIRAS: A, C, E, G, J
     FALSAS: B, D, F, H, I

Padre António Vieira

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                           EXPOSIÇÃO
               pADRE aNTÓNIO vIEIRA



De 7 a 21 de
novembro
No átrio da escola
Escola Secundária do Fundão

Exposição documental dedicada a uma das personalidades mais influentes do século XVII, dinamizada pelos alunos e professores de Português do 11º ano.

Departamento de Línguas 




EXPOSIÇÃO  














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 Sermão de Santo António aos Peixes, Padre António Vieira


PADRE ANTÓNIO VIEIRA
Notável prosador e o mais conhecido orador religioso português, o Padre António Vieira nasceu em 1608, em Lisboa, e faleceu na Baía em 1697. Aos seis anos vai para o Brasil com os pais e fixa-se na Baía. Em 1623 inicia o noviciado na Companhia de Jesus. Ordena-se sacerdote em 1635, exerce as funções de pregador nas aldeias baianas e começa a granjear notoriedade como pregador. Os primeiros sermões já reflectem as preocupações sócio-políticas de Vieira porquanto a colónia da Baía lutava contra as invasões dos holandeses. Em 1641, restaurada a independência, regressa a Portugal e cativa o favor de D. João IV. Por isso, inicia em 1646 missões diplomáticas na Europa. Volta ao Brasil em 1653, para o estado do Maranhão, depois de se envolver em questões relacionadas com a Companhia de Jesus. Aí toma um papel muito activo nos conflitos entre jesuítas e colonos, como paladino dos direitos humanos, a propósito da exploração dos indígenas. No ano seguinte prega o " Sermão de Santo António aos Peixes ". É expulso do Maranhão pelos colonos, em 1661, e regressa a Lisboa. Em 1665 é preso em Coimbra pelo Tribunal do Santo Ofício sob a acusação de acreditar nas profecias do poeta Bandarra. Três anos depois é amnistiado e retoma as pregações em Lisboa. Em 1669 parte para Roma e obtém grande sucesso como pregador, combatendo o Tribunal do Santo Ofício. Regressa a Portugal em 1675; mas, agora sem apoios políticos e desiludido pela perseguição aos cristãos-novos (que tanto defendera), retira-se de vez para a Baía em 1681 onde se entrega ao trabalho de compor e editar os seus Sermões.

A sua prosa é vista como um modelo de estilo vigoroso e lógico, onde a construção frásica ultrapassa o mero virtuosismo barroco. A sua riqueza e propriedade verbais, os paradoxos e os efeitos persuasivos que ainda hoje exercem influência no leitor, a sedução dos seus raciocínios, o tom por vezes combativo, e ainda certas subtilezas irónicas, tornaram a arte de Vieira admirável.

As obras Sermões, Cartas e História do Futuro ficam como testemunho dessa arte.

Retirado da Diciopédia 2002 - © 2001 Porto Editora, Lda.


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Sinopse do Filme Palavra e Utopia

Em 1663, o Padre António Vieira é chamado a Coimbra para comparecer diante do Tribunal do Santo Ofício, a terrível Inquisição. As intrigas da corte e uma desgraça passageira enfraqueceram a sua posição de célebre pregador jesuíta e amigo íntimo do falecido rei D. João IV.
Perante os juizes, o Padre António Vieira revê o seu passado: a juventude no Brasil e os anos de noviciado na Bahia, a sua ligação à causa dos índios e os seus primeiros sucessos no púlpito.
Impedido de falar pela Inquisição, o pregador refugia-se em Roma, onde a sua reputação e êxito são tão grandes que o Papa concorda em não o retirar da sua jurisdição. A rainha Cristina da Suécia, que vive em Roma desde a abdicação do trono, prende-o na corte e insiste em torná-lo seu confessor.
Mas as saudades do seu país são mais fortes e Vieira regressa a Portugal. Só que a frieza do acolhimento do novo rei, D. Pedro, fazem-no partir de novo para o Brasil onde passa os últimos anos da sua vida.



Assiste ao filme Palavras e Utopia para compreenderes melhor a vida e obra de Padre António Vieira  ( Dividida em partes encadearás melhor cada acontecimento)
Parte 1
 Parte 2
Parte3
 Parte4
 Parte5
Parte6


Parte7

 Parte8
Parte9
Parte10
Parte11
Parte12
Parte13
 Parte14






Estrutura do Sermão de Santo António aos Peixes

"Enfim, que havemos de pregar hoje aos peixes?
Nunca pior auditório. Ao menos têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam."
Sermão de S. António aos peixes
Padre António Vieira
Estrutura
Interna
Partes
Estrutura
 Externa
Capítulos
Matéria /Conteúdo
Correspondências no
 texto narrativo
EXÓRDIO
ou
INTRÓITO
(ideia sumária da matéria que vai ser tratada
Cap. I

Apresentação do tema, partindo do conceito predicável: Vos estis sal terrae, (vós sois o sal da terra) Mat.5,13)
Exploração do tema
Penegírio a Santo António
Invocação à Virgem Maria
Introdução
A partir do conceito predicável "vós sois o sal da terra": "Santo António foi sal da terra e foi sal do mar."
EXPOSIÇÃO
(apresentação circunstanciada de uma matéria didáctica)
e
CONFIRMAÇÃO
(desenvolvimento e apresentação de provas dos factos)
Cap.II
Proposição: até " E onde há bons, e maus, há que louvar, e que repreender".
(apresentação do sermão)
Início da alegoria: " Suposto isto, para que procedamos com clareza.
Divisão: desde "suposto isto" até "vossos vícios"
(o auditório fica na posse do esquema do desenvolvimento do sermão)
Desenvolvimento
"(...) para que procedamos com alguma clareza, dividirei, peixes, o vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos vícios."
L
O
U
V
O
R
E
S
"Começando, pois, pelos vossos louvores, irmãos peixes, ..."
E
M

G
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L
Louvores em geral: a partir de " começando pois pelos vossos louvores (..)"
- Exemplificação: " Ia Jonas pregador do mesmo Deus(...)".
Cap. III

E
M

P
A
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T
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C
U
L
A
. Louvores do geral para o particular: desde "Este é, peixes (...) descendo ao particular" até " Santo António abria a sua contra os que se não queriam lavar".
. Início da confirmação: "Ah moradores do Maranhão"
. Louvores em particular:
- o peixe do Tobias
- a rémora
- o torpedo
- o quatro-olhos
Cap. IV
R
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P
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"Antes, porém, que vos vades, assim como ouvistes os vossos louvores, ouvi também agora as vossas repreensões."
E
M

G
E
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A
L


. 1ª repreensão aos peixes em geral: a ictiofagia (os peixes comem-se uns aos outros)
- Amplificação da repreensão (os maiores comem os mais pequenos)
2ª repreensão em geral :  a ignorância e a cegueira dos peixes
Cap. V

E
M

P
A
R
T
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C
U
L
A
R
. Repreensões em particular:
- os roncadores
- os pegadores
- os voadores-
- o polvo
PERORAÇÃO
 ou
EPÍLOGO
(parte final do discurso)
Cap.VI
. Apelo, incitamento, elevação:
- Os peixes estão acima dos outros animais.
- Os peixes estão acima do pregador.
(As últimas palavras são as que a memória dos ouvintes mais retém)
Conclusão
"Com esta última advertência vos despido (..). E para que vades consolados do sermão, que não sei quando ouvireis outro..."



Sermão de Santo António aos Peixes
O Sermão de Santo António aos Peixes foi proferido na cidade de São Luís do
Maranhão em 1654, na sequência de uma disputa com os colonos portugueses no Brasil.
O Sermão de Santo António aos Peixes constitui um documento da surpreendente
imaginação, habilidade oratória e poder satírico do Pe. António Vieira, que toma vários
peixes (o roncador, o pegador, o voador e o polvo) como símbolos dos vícios daqueles
colonos.
Com uma construção literária e argumentativa notável, o sermão louvar algumas
virtudes humanas e, principalmente, censurar com severidade os vícios dos colonos.
Este sermão (alegórico) foi pregado três dias antes de Padre António Vieira embarcar
ocultamente (a furto) para Portugal, para obter uma legislação justa para os índios.
Todo o sermão é uma alegoria, porque os peixes são a personificação dos homens.
Estrutura do Sermão Capítulo
O sermão encontra-se dividido em capítulos, pelo seguinte modo:
1. Introdução (Exórdio/Exordium) - capítulo I
• 2. Desenvolvimento (Exposição e Confirmação) - capítulos II a V
• 3. Conclusão (Peroração ou Epílogo) - capítulo VI

Definição de sermão: discurso argumentativo, privilegiando a segunda pessoa, pois tem o objectivo de persuadir e contar com a adesão do público.

 Explicitação da estrutura do sermão
1. EXÓRDIO
Apresentação do tema – a partir do versículo de São Mateus, “Vós sois o sol da terra”, referente aos pregadores, cuja função é “salgar”, ou seja, pregar a boa doutrina, e verificando que a terra “se não deixa salgar”, porque se encontra dominada pela corrupção, Vieira vai pregar aos peixes, à maneira de Santo António, que a eles pregou, por não ter sido atendido pelos homens.

2. EXPOSIÇÃO E CONFIRMAÇÃO

Louvores – características genéricas dos peixes:
- ouvem e não falam
- foram os primeiros seres criados
- são os mais abundantes
- é entre eles que se encontram os melhores seres
- revelaram obediência, respeito e devoção: escutaram Santo António
- salvaram Jonas
Virtudes naturais:
- desconfiam dos homens, por isso, se salvam (ex.: dilúvio). Analogia com os homens: assim fez Santo António, fugindo para o deserto.
Louvores em particular (Tobias, rémora, torpedo e quatro-olhos)

Defeitos genéricos dos peixes:
- voracidade: “(…) vos comeis uns aos outros” (paralelismo com o homem – os maiores comem os mais pequenos);
- ignorância e cegueira (pescados pelo anzol, atraídos pelo retalho de pano – paralelismo com os homens, que se deixam morrer engodados pela bandeira);
- vaidade (remetendo para o tráfico de panos no Maranhão).
Santo António procedeu ao contrário: abandonou luxos, mas “pescou” muitos homens com uma corda e um pano de burel.

Defeitos específicos:
- Roncadores – peixes pequenos que roncam muito; utilizam a palavra como forma de valorização (assim como os homens: quanto menos valem, mais blasonam).
Santo António “porque tanto calou, por isso deu tamanho brado”;
- Pegadores – parasitas, aderentes; simbolizam o oportunismo dos homens (“salvam-se os pegadores de Deus” – David; Santo António); o seu castigo é morrer, quando morre o grande ao qual “se pegaram”;
- Voadores – ambiciosos, megalómanos, vaidosos; caracterizam os homens que possuem estes defeitos; o seu castigo é “perder o que quer[em] e o que te[ê]m”;
- Polvo – hipócrita, traiçoeiro; opõe-se a Santo António, pregador dos peixes “o mais puro exemplar da candura, da sinceridade e da verdade”.
3. PERORAÇÃO
- Julgamento final dos peixes; despedida
- Louvores a Deus
Sátira audaciosa:
pela variedade de tipos focados
- pelo imprevisto da caricatura e da fantasia construtiva
- pela causticidade da ironia
- pela expressividade do discurso, transmitida através dos seguintes recursos estilísticos e figuras de estilo:Citações Exclamações  Gradações Enumerações Antíteses Apóstrofes Metáforas
Objectivos do sermão:
Docere > ensinar 
Delectare > agradar 
Movere > persuadir

Verifica os teus conhecimentos:
(verifica e corrige as tuas respostas clicando na postage: correção das respostas sobre o Sermão de Santo António aos peixes)
pergunta 1
O Sermão de Santo António aos Peixes, da autoria do Padre António Vieira, é, como sabes, uma obra literária do Barroco português.
Preenche correctamente os espaços em branco, utilizando os vocábulos que te parecerem os mais adequados.



Enquanto manifestação __________, o Barroco português surgiu no seio de uma grave crise política e_________ . Caracteriza-se pela complexidade da _________ , com o intuito de causar o espanto e a __________ , o que, aliás, se reflecte noutros campos artísticos, nomeadamente na construção de sumptuosas__________ ricamente ornadas com azulejos e talha dourada.
A
___________adquire grande destaque na literatura barroca, nomeadamente os___________ , as cartas, as hagiografias e os tratados moralistas.




pergunta 2 Da listagem a seguir apresentada, assinala as afirmações que te parecerem correctas relativamente ao estudo que efectuaste sobre o Sermão de Santo António aos Peixes.
A O Sermão de Santo António é uma alegoria na medida em que os peixes representam os vícios dos homens.
B O Sermão de Santo António foi pregado em Lisboa, no dia de Santo António, para festejar o Santo.
C A estrutura do Sermão segue os princípios da retórica clássica, dividindo-se em introdução, desenvolvimento e conclusão.
D A estrutura interna do Sermão segue os preceitos da retórica clássica, sendo constituída pelo exórdio, exposição, confirmação e peroração.
E No Sermão podemos encontrar marcas características do estilo da literatura do Barroco, nomeadamente o cultismo e conceptismo.
F O Sermão de Santo António aos Peixes é pregado no Maranhão, tendo como intuito a defesa dos direitos dos índios do Brasil, que eram desumanamente explorados pelos colonos.
G Por pregar este Sermão, Vieira sabia que seria promovido na hierarquia da igreja.
H O Sermão de Santo António aos Peixes foi o único sermão escrito por António Vieira.
I Os objectivos fundamentais que qualquer sermão do Barroco pretende alcançar são: ensinar, agradar e influenciar o comportamento do auditório.
J A crítica presente neste Sermão é actual e continua a fazer sentido no mundo de hoje.



pergunta 3 Tendo em conta o teu conhecimento global sobre o Sermão, preenche os espaços em branco.
O primeiro capítulo, denominado , consiste essencialmente na apresentação do assunto. O autor vai discorrer a partir de um , uma breve citação bíblica, "Vós sois o sal da terra", enunciado em . Este capítulo termina com uma invocação à .
Do segundo ao quinto capítulos, temos a
, que consiste na apresentação circunstanciada de uma matéria didáctica, e a , onde está presente o desenvolvimento e apresentação de provas dos factos. Aqui torna-se claro que o sermão será dividido em duas , os e as aos peixes, primeiro de um modo , descendo depois ao .
Relativamente aos louvores em particular, serão referenciados o santo peixe de Tobias, a
, o e o .
No que diz respeito aos
, começa por , de um modo geral, acusar os peixes de se uns aos outros e ainda pior, os comem os . Descendo depois ao particular, repreende respectivamente os , os , os e o , que será considerado o maior do mar.
Para terminar, na
ou epílogo, o pregador faz um apelo e uma elevação aos peixes, que estes devem louvar a .







pergunta 4 Ainda relativamente aos vícios, Vieira apresenta aos peixes exemplos de homens com as mesmas características negativas que estes possuem e outros que souberam valorizar essas características, tornando-as positivas.
Assinala como verdadeiras ou falsas as afirmações seguintes.
A Um exemplo de roncador no mundo dos homens é S. Pedro, pois prometeu que nunca negaria Cristo e negou-o três vezes.
Verdadeiro Falso
B Também Santo António é apresentado como um bom exemplo de roncador.
Verdadeiro Falso
C Podem ser considerados pegadores todos aqueles que vivem à custa de alguém, explorando-o e aproveitando-se dele.
Verdadeiro Falso
D David e Santo António também se pegaram a Deus e pagaram caro por essa afronta.
Verdadeiro Falso
E Os pegadores morrem não pela sua fome, mas pela fome da boca alheia, o que é triste.
Verdadeiro Falso
F Tal como os voadores, Santo António também tinha asas (ambição, vaidade e presunção) que utilizou para converter os peixes.
Verdadeiro Falso
G Simão Mago fingiu-se filho de Deus e tentou voar, no entanto caiu e partiu os pés como castigo pela sua ambição.
Verdadeiro Falso
H Simão Mago era ambicioso no bom sentido, tal como Santo António.
Verdadeiro Falso
I Tal como o polvo, santo António foi alvo de traições que o levaram à morte.
Verdadeiro Falso
J Judas é considerado o maior traidor da terra, mas mesmo assim é menos traidor do que o polvo.
Verdadeiro Fals0








Texto de apreciação crítica
VIEIRA PREGADOR

MARIA LUCÍLIA GONÇALVES PIRES *


Recordando a vasta obra de Vieira e a forma como foi recebida e apreciada ao longo destes três séculos, facilmente se verifica que os Sermões são o título principal da sua glória literária. Os seus textos oratórios (cerca de 200 sermões) chegaram até nós, não na forma em que foram pronunciados, mas, quase todos, na forma que o seu autor lhes quis dar ao prepará-los para a impressão, tarefa a que dedicou os últimos vinte anos da sua longa vida. O primeiro dos volumes que assim prepara, recuperando o que da sua pregação restava no que chama os seus "borrões" (textos completos, fragmentos de sermões, planos, esboços, etc.) é publicado em 1679. Nos anos seguintes, primeiro em Lisboa, depois (a partir de 1681) na Baía, prossegue este trabalho, publicando sucessivamente mais onze volumes. O último (o 12º) é enviado para Lisboa para ser impresso já depois da morte do seu autor.
O que é que faz deste conjunto de sermões uma obra-prima literária e do seu autor o mais afamado pregador português, gozando em vida de grande prestígio não só em Portugal, mas também em Espanha e Itália?
Em primeiro lugar destaque-se a profunda ligação entre o texto da maior parte dos sermões e as circunstâncias concretas, históricas, em que são pregados. O sermão é para Vieira não apenas uma forma de edificação moral e espiritual, mas também um instrumento de intervenção na vida política e social, uma arma que maneja com destreza em defesa das grandes causas a que se dedicou. Através dos sermões de Vieira podemos acompanhar o desenrolar dos principais acontecimentos e problemas da sociedade portuguesa (e brasileira) do século XVII: a guerra com a Holanda em terras do Brasil, em textos como o do "Sermão de Santo António, havendo os holandeses levantado o sítio posto à Baía" (1638) ou o "Sermão pelo bom sucesso das nossas armas contra as da Holanda" (1640); a Restauração e a subsequente guerra com a Espanha, no "Sermão dos Bons Anos" ou no "Sermão de Santo António tendo-se reunido cortes", pregados em 1642; a preocupação com a situação económica do país em guerra com a Espanha e as propostas para sanar essa situação no "Sermão de S. Roque" (1644); a dura e prolongada luta em defesa dos índios do Maranhão contra os colonos que pretendiam escravizá-los no chamado "Sermão das tentações" (1653) ou no "Sermão da Epifania" (1662).
Para fazer da sua palavra um meio eficaz de intervenção e actuação, Vieira recorre naturalmente às técnicas que a Retórica (disciplina fundamental no curriculum escolar e na formação intelectual dos homens da época) sistematizara e codificara. De um dos seus sermões (o "Sermão da Sexagésima", o mais conhecido, aquele que o autor escolheu para abrir o primeiro volume dos que publicou) fez Vieira uma espécie de sucinto tratado de Retórica, um sermão que pretende ensinar como pregar um sermão que seja de facto um discurso persuasivo, capaz de convencer e converter os ouvintes.
É certo que no domínio das técnicas retóricas Vieira não é propriamente um inovador: utiliza fundamentalmente os processos que a escola ensinava, na senda dos tratados clássicos de Aristóteles, Cícero e Quintiliano, tratados que alguns autores, nomeadamente no século XVI, tinham adaptado aos objectivos específicos da oratória cristã. Mas se as técnicas são comuns a quase todos os oradores da época, a forma de as pôr em prática, essa revela o génio inconfundível de Vieira, o seu inigualável talento de arquitectar argumentos, explorar conceitos, trabalhar as palavras. Palavras que são utilizadas não só nas suas capacidades semânticas (e Vieira é exímio na arte de tirar partido da polissemia das palavras), mas também na sua materialidade fónica e até mesmo no seu aspecto gráfico. Todos estes elementos são mobilizados na construção de um discurso engenhoso, construído segundo uma lógica que é, frequentemente, mais verbal que racional. Discurso que pretende captar e persuadir os destinatários, levando-os a tomar atitudes muito concretas. Mas um discurso que tem também, por vezes, uma clara e assumida função lúdica. O que não significa que Vieira caia no jogo de palavras gratuito e inconsequente: é que, tal como S. Francisco Xavier em honra de quem prega 15 sermões, também ele sabe "usar bem do jogo", fazendo dos artifícios retóricos tão apreciados no seu tempo uma utilização equilibrada ao serviço da função específica de cada um dos seus sermões.
Há nestes sermões um vigor, uma energia, que decorre da sua forte personalidade, sem dúvida, e do seu magistral domínio dos processos oratórios vigentes na época; mas que decorre sobretudo da sua capacidade de moldar a linguagem como um material plástico, fazendo-a construir os mais diversos efeitos pragmáticos, numa concretização perfeita do ideal retórico de "arte de bem dizer para persuadir".
No prólogo do primeiro volume dos seus Sermões Vieira lamenta que os textos escritos que assim chegam aos leitores sejam textos sem vida, uma vez que lhes falta a voz que os animou no momento da pregação: "sem a voz que os animou, ainda ressuscitados são cadáveres". Mas creio que os leitores dos sermões de Vieira não podem deixar de discordar desta afirmação do autor. Os seus sermões apresentam-se-nos como textos plenos de vida.
Basta recordarmos a veemência com que no chamado "Sermão das tentações" (1ª. Dominga da Quaresma de 1653) verbera os colonos do Maranhão por escravizarem os índios. Depois de ter citado um versículo de Isaías que traduz assim: "Brada, pregador, e não cesses; levanta a tua voz como trombeta, desengana o meu povo, anuncia-lhe os seus pecados e dize-lhe o estado em que estão", continua: "Cristãos, Deus me manda desenganar-vos, e eu vos desengano da parte de Deus. Todos estais em pecado mortal; todos viveis e morreis em estado de condenação, e todos vos ides direitos ao inferno. Já lá estão muitos, e vós também estareis cedo com eles, se não mudardes de vida."
E a desumana exploração de que os índios eram vítimas exprime-a nesta exclamação de impressionante visualismo: "Ah fazendas do Maranhão, que se esses mantos e essas capas se torceram, haviam de lançar sangue!"
Recordo outro exemplo: o "Sermão pelo bom sucesso das nossas armas contra as da Holanda", um sermão em que Vieira resolve pregar a Deus para o convencer a proteger os portugueses da Baía, sitiados pelos hereges holandeses. Ao longo de todo o texto o orador assume a atitude de quem exige de Deus aquilo a que tem direito, recorrendo à súplica, à ameaça, e até mesmo à ironia e ao sarcasmo, numa pseudo-aceitação do que demonstra ser uma injustiça divina:
"Mas pois vós, Senhor, o quereis e ordenais assim, fazei o que fordes servido. Entregai aos holandeses o Brasil, entregai-lhes as Índias, entregai-lhes as Espanhas (que não são menos perigosas as consequências do Brasil perdido), entregai-lhes quanto temos e possuímos (como já lhes entregastes tanta parte), ponde em suas mãos o mundo; e a nós, aos portugueses e espanhóis, deixai-nos, repudiai-nos, desfazei-nos, acabai-nos. Mas só digo e lembro a Vossa Majestade, Senhor, que estes mesmos que agora desfavoreceis e lançais de vós, pode ser que os queirais algum dia e que os não tenhais (...) Abrasai, destruí, consumi-nos a todos; mas pode ser que algum dia queirais espanhóis e portugueses e que os não acheis. Holanda vos dará os apostólicos conquistadores que levem pelo mundo os estandartes da cruz; Holanda vos dará os pregadores evangélicos que semeiem nas terras dos bárbaros a doutrina católica e a reguem com o próprio sangue; Holanda defenderá a verdade de vossos sacramentos e a autoridade da Igreja Romana; Holanda edificará templos, Holanda levantará altares, Holanda consagrará sacerdotes e oferecerá o sacrifício de vosso santíssimo Corpo; Holanda, enfim, vos servirá e venerará tão religiosamente como em Amsterdão, Meldeburbo e Flisinga e em todas as outras colónias daquele frio e alagado inferno se está fazendo todos os dias."
Através destes sermões continua a fazer-se ouvir a voz veemente e harmoniosa do seu autor: nas suas diversas tonalidades, nas suas alterações rítmicas, na sua organização melódica, no seu ritmo encantatório que prende tanto pela musicalidade da frase como pelos argumentos expendidos.
Em muitos dos seus sermões Vieira desenhou o modelo ideal do pregador e apontou figuras que personificam esse ideal. O protótipo do pregador segundo Vieira encarna em pessoas como S. Paulo, S. João Batista ou Santo António - homens que usaram a palavra para converterem os homens para Deus. Com estas figuras prototípicas se identificou Vieira: nos seus sermões apresenta-se como apóstolo dos gentios, tal como S. Paulo; à imitação de Santo António, também ele resolve pregar aos peixes para dar lições aos homens; tal como S. João Batista, define-se como "voz que clama". A motivação profunda deste clamor é de natureza espiritual e política: dois vectores que, longe de se oporem, se combinam na sua mundividência, se associam na sua actuação, se harmonizam na sua ideologia messiânica. Uma vida e uma obra unificadas na sua diversidade pelo ideal de construção do reino de Deus na terra, esse glorioso Quinto Império que persistentemente esperou e anunciou até ao fim dos seus dias.

* Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.